PAISAGEM


Pupila, íris — eu as descansava,

fechadas ao quase afago dum ônibus que chacoalha,

eu pensava

nos capibaribes…

A minha pupila — a íris —

formava uma imagem terna desses capiberibes que não cheguei a conhecer…

Um dia,

quem sabe

– quem saberá o sonho mentado

pelas pupilaíres das mais Laires sentadas?...

Ao meu lado, uma Lair sentada

pensará num Capibaribe?...


Não se chamará Lair… Terá seu próprio nome…

Seu rio será o Nosso nome.


Vamos pensando, vamos...

Vamos fechando os olhos

— pupila e íris…


As duas:

sombras de capibaribes

mas pousadas nas mais-que-laíres

também fechadas

que despertam com uma certa raiva...

. . .

2 comentários:

  1. Miguel, quando vai dar o braço a torcer? A mente pensa e a pupíla sonha?






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  2. De mentado, amigo, conheço alguns chocolates e sorvetes.

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