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PROJETO DE TEXTO


Construir um prédio assim-ó:

no primeiro andar, amores...

No segundo, só dores...

No terceiro, uma escada rolante que passasse pelo primeiro,

daí voltasse pelo segundo através duma sala toda espelhada,

de pé direito alto,

pé direito tão alto que poderia alcançar

um espaço integrado à Rua Marquês de Sapucá

por onde se fará entrar, caso queiram,

diretamente em nosso terceiro andar:

de conceito aberto,

encanação exposta

e piso industrial...

No quarto, ah que lindo,

um terraço: flores...

. . .

ilustração pelo Antonio Yudi

BALANÇO


Era nas mais menores horas de amor, pendendo ao desencontro do momento, em que decretávamos estado absoluto de absurdo sobre um banco suspenso, e nos minutos, nos segundos prolongando-se conduzir um pêndulo contra o mesmo vento, à espera do dia em que a energia desorganiza-se o corpo, perdido, enfim, encosta — em todo o resto, nós — em cada enlace de cipós seculares a lembrá-los da separação que é inevitável e desconhecida, como aquele outro toque moldando-se para o passado: recriávamos termos querido entender tanto, o tanto carente de se inventar deixado por nem existir e a admitir sua limitação biográfica, biológica, pela vida ser pouca; se fosse muita, ainda haveria o que descobrir, senão no namoro, no absurdo em um banco, enquanto, penso ou suspenso sobre a aproximação em que hora, perguntava tempo, por que conta?

. . .