Me referi algumas vezes ao colégio em que trabalhei em 2022 e 2023 como minha primeira namorada: antes mesmo de ingressar presencialmente no ensino superior, foi ali que, ao estabelecer uma dimensão da existência que não mais me representava como uma extensão da família — tal como não deixa de ser, em certa medida, enquanto estamos no ensino básico —, o mundo teria me desvirginado. Na festa de confraternização desse mesmo colégio, em que me despedi de dois anos de convivência apaixonada, decidido a viver o que mais para mim se apresentava, revisitei o que disse e entendi que nossa primeira namorada é sempre a mãe, de forma que, em algum momento, precisamos deixar de amá-la para podermos descobrir ou inventar — se forem mesmo duas palavras diferentes — o nosso desejo.
Nesse dia, quando se encerrou a festa, pela primeira vez dormi com uma mulher, professora do colégio. Enquanto a penetrava, percebi que ela parecia um pouco a minha mãe pelada.
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